Casamento
Casamiento
Há mulheres que dizem:
Hay mujeres que dicen:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
Mi marido, si quiere pescar, que pesque,
mas que limpe os peixes.
pero que limpie luego los peces.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
Yo no. Me despierto a la hora que sea,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
y le ayudo a descamarlo, abrirlo, cortarlo en pedazos, salarlo.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
Es tan rico, nosotros dos, solos en la cocina,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
de vez em cuando los codos se encuentran,
ele fala coisas como “este foi difícil”
él dice cosas como “este fue difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
“pintó el aire de plata con sus coletazos”
e faz o gesto com a mão.
y hace el gesto con la mano.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
El silencio de cuando nos vimos por primera vez,
atravessa a cozinha como um rio profundo.
atraviesa la cocina como un río profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
Al fin, los peces ya en una fuente,
vamos dormir.
nos vamos a dormir.
Coisas prateadas espocam:
Cosas plateadas explotan:
somos noivo e noiva
somos novio y novia.

Biografia Adélia Prado:

Adélia Prado (1936-) é uma escritora e poeta brasileira. Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Jabuti de Literatura, com o livro «Coração Disparado», escrito em 1978. Mineira de Divinópolis, sua obra recria numa linguagem despojada e direta, a vida e as preocupações dos personagens do interior mineiro.

Em 1958 casa-se com o bancário José Assunção de Freitas, com quem tem cinco filhos. Ingressa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e em 1973 forma-se em Filosofia. Publica seus primeiros poemas em jornais de Divinópolis e de Belo Horizonte. Em 1971 divide com Lázaro Barreto a autoria do livro «A Lapinha de Jesus». Sua estreia individual só veio em 1975, quando remete para Carlos Drummond de Andrade os originais de seus novos poemas. Impressionado com suas poesias, envia os poemas para a Editora Imago. Publicado com o nome «Bagagem», o livro de poemas chama atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo.

Em 1976 o livro é lançado no Rio de Janeiro, com a presença de importantes personalidades como Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant’Anna, Clarice Lispectro, entre outros.
Em 1978 escreve «O Coração Disparado», com o qual conquista o Prêmio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro. Nos dois anos seguintes, dedica-se à prosa, com «Solte os Cachorros» em 1979 e «Cacos para um Vitral» em 1980. Volta à poesia em 1981, com «Terra de Santa Cruz».

Entre 1983 e 1988 exerce a função de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis. Publica
«Componentes da Banda» em 1984. Em 1985, participa em Portugal de um programa de intercâmbio Cultural entre autores brasileiros e portugueses. Em 1988 apresenta-se em Nova York na Semana Brasileira de Poesia, promovida pelo Comitê Internacional pela Poesia.

Em 1993 volta para Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis. Em 1996 estreia no Teatro do SESI em Belo Horizonte, a peça «Duas horas da tarde no Brasil». Em 2000, em São Paulo, apresenta o monólogo «Dona de Casa». Em 2001, no SESI do Rio de Janeiro, apresenta um Sarau onde declama poesias do livro «Oráculos de maio».

Entre outras obras publica, Quero minha mãe, em 2005; A duração do dia, em 2010 e Carmela vai à escola, em 2011

2 comentarios sobre “Poema del día: Casamento. Autora Adélia Prado. Traducción al español Aline Fagundes

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